Publicado em 31 de janeiro de 2025
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Em outubro de 2024, o Ministro do Desenvolvimento e Indústria do Brasil, Márcio Elias Rosa, reuniu-se com Sophie Primas, Ministra Delegada de Comércio Exterior e Imigração da França. Lá, eles discutiram questões de interesse entre os dois países.
E, nas palavras do Sr. Elias Rosa, "o Brasil e a França têm uma parceria histórica, uma relação de colaboração do ponto de vista econômico e político". Nós mesmos não poderíamos ter dito isso melhor.
Mais recentemente, a França expressou um interesse especial em oportunidades de negócios com o Brasil em quatro áreas principais: Investimentos franceses em energia renovável no Nordeste, colaboração com um laboratório brasileiro de inteligência artificial, aquisição de helicópteros para a defesa civil e aérea brasileira e colaboração no complexo industrial de saúde com a produção de vacinas.
Porém, antes de nos deixarmos levar pela empolgação de possíveis empreendimentos entre os dois países, devemos observar que entender as diferenças de cultura empresarial entre a França e o Brasil é crucial para interações e colaborações interculturais bem-sucedidas.
Nossa pesquisa mostra que os empresários franceses são pensadores muito lógicos e técnicos. Em todos os procedimentos comerciais franceses, a lógica é esperada e respeitada. Qualquer falta de lógica perceptível pode ser interpretada como pensamento desleixado ou falta de inteligência (ou ambos). E ao apresentar qualquer comunicação escrita, é importante que ela seja produzida em um formato gramaticalmente correto.
Há uma formalidade na maneira francesa de fazer negócios. Ao interagir com seus colegas, os primeiros nomes são geralmente usados entre os pares (especialmente entre a geração mais jovem), embora os sobrenomes sejam frequentemente usados em situações mais formais ou ao lidar com superiores. Além disso, o planejamento de longo prazo tem sido um princípio central da abordagem francesa por muitas décadas e leva as empresas a um planejamento detalhado.
Algumas nuances da dinâmica de trabalho interna das empresas francesas também merecem ser observadas. O CEO (ou PDG) de uma empresa francesa geralmente é um líder altamente carismático que orienta a direção geral da empresa de forma autoritária.
Geralmente, o estilo de gerenciamento é diretivo, com instruções dadas aos subordinados em reuniões de estilo informativo. Se houver críticas aos superiores, esses comentários ou desacordos serão divulgados em sessões de lobby antes da reunião, e não em reuniões abertas e formais. Além disso, a competitividade do grupo de colegas pode, às vezes, dificultar o gerenciamento de equipes de projetos multifuncionais, o que pode explicar por que alguns desses métodos mais rigorosos são necessários.
De modo geral, descobrimos que as empresas no Brasil tendem a ser menos formais do que as da França. Por exemplo, a pontualidade é uma commodity variável no Brasil. As reuniões geralmente começam e terminam tarde. Pode ser difícil agendar mais de uma ou duas reuniões por dia. Essas reuniões geralmente começam e terminam com muita conversa fiada - essa é uma seção importante da reunião e não deve ser apressada. Quando se trata de pautas, elas nem sempre são usadas e, se estiverem presentes, podem ser ignoradas por todos, exceto por você.
O relacionamento entre você e as pessoas com quem você trabalha também parece ser mais crucial no Brasil do que na França. Os relacionamentos vêm em primeiro, segundo e terceiro lugar no Brasil. Portanto, o tempo gasto trabalhando no desenvolvimento de relações amigáveis de longo prazo nunca é uma perda de tempo. A interação repetida entre colegas também parece ser um método fundamental para confirmar informações que já foram comunicadas. Por exemplo, você não deve confiar apenas em e-mails para fornecer informações. Faça o acompanhamento com uma ligação telefônica ou uma reunião para discutir o assunto. E, sempre que possível, certifique-se de que está lidando com o tomador de decisões e não com um influenciador do tomador de decisões.
As culturas empresariais do Brasil e da França não são totalmente diferentes uma da outra. Por exemplo, uma coisa que ambos compartilham é o papel da hierarquia. As empresas francesas tendem a ter hierarquias rígidas, com linhas claras de relatórios e tomada de decisões. No Brasil, as empresas geralmente são organizadas em linhas estritamente hierárquicas (embora isso possa variar se estiver lidando com a subsidiária de uma multinacional).
Se bem feito, um treinamento de conscientização cultural no Brasil e na França pode ter um impacto extremamente positivo no desempenho de sua empresa. A habilidade de oferecer um bom programa está na capacidade de relacionar os pontos culturais relevantes aos objetivos estratégicos e táticos da empresa.
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